A cabeleireira Ana Maria Santana conta que começou a tingir os cabelos aos 19 anos, com o surgimento dos primeiros fios brancos. Sua abordagem para a transição foi ousada: passou máquina 4 e se surpreendeu ao perceber o cabelo crescendo todo branco e bem cacheado, já que também fazia alisamento há anos.

Ela conta que, agora, é parada na rua pelas pessoas que perguntam sobre os seus cabelos brancos e que algumas se recusam a acreditar que a cor é natural. Aproveitando sua formação profissional, Ana sempre dá dicas sobre transição e manutenção dos fios em suas redes sociais, enfatizando que é fundamental investir em bons produtos e não abrir mão de matizar e finalizar cuidadosamente.

A professora de inglês Regina Rezende relembra a descoberta dos primeiros fios brancos, aos 34 anos, divertindo-se com o choque inicial e refletindo sobre como, no começo, o cabelo branco lhe pareceu uma condenação à velhice. Também aponta para a injustiça de homens grisalhos serem considerados “elegantes” e “charmosos”, enquanto as mulheres são vistas como “velhas” e “desleixadas”.

A cantora Neide Sales revela que decidiu aproveitar a pandemia para fazer a transição e assumir os brancos de vez. Há cinco anos, aos 40, ela conta que percebeu que poderia usar sua voz e presença para mostrar ao mundo que ser diferente não precisa ser motivo de vergonha. Em suas redes sociais, conscientiza sobre o vitiligo e corpos plus size e, agora, também aborda a questão dos fios brancos. Neide explica que sua missão é representar belezas muitas vezes excluídas das narrativas comuns, e vem fazendo isso por meio de sua arte, do seu trabalho como modelo e postando conteúdo na internet.

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