Naturalmente Bonita

Meu pai & o maior trauma da minha vida

7.ago.2018

Dizem que toda garota tem uma relação de verdadeira adoração com o pai. Sei lá se esse é um padrão, mas só sei que, para mim, fez todo sentido. Segundo minha mãe leonina, eu sempre idolatrei ele. Não sei se ela falou por ciúmes ou se era pura verdade, mas só sei que uma das primeiras lembranças que eu tenho da minha infância é de quando eu passei pelo maior trauma da minha vida – e ele foi o culpado.

Imaginem vocês que, desde que eu me entendia por gente, meu pai tinha bigode. Não era barba ralinha, não era um bigode qualquer, era um senhor bigode, farto, imponente, que se encaixava perfeitamente em cima de sua boca e que ele cultivava com muito afinco. Na minha cabeça de criança de 3 a 4 anos, eu tinha certeza que o barbeador que ele usava quase todas as manhãs não tinha como atingir o bigode. Achava que ele só era feito para deixar o rosto lisinho e não fazia ideia do poder que eles tinham sobre pelos mais longos. Tudo bem que naquela época eu nem entendia direito para que o barbeador servia, mas tudo fez sentido em uma fatídica manhã de ferias.

Estávamos em uma casa de praia, quando de repente vejo uma pessoa de bermuda vermelha descendo o caminho de pedras que saía da parte de trás da casa. Um homem com a altura do meu pai, com o porte do meu pai, que andava como meu pai, mas que não era meu pai. Ele veio se aproximando de braços abertos e quando chegou perto de mim, falou: “gostou, filha??”. FILHA?? Claro que aquele cara que estava ali não era meu pai!! Aquele dali com certeza era um impostor que estava tentando me enganar. Eu não sou uma pessoa muito dramática, mas meu choque com aquela mudança drástica foi tão grande que eu passei umas 2 horas chorando e sem coragem de olhar para ele. Dica para pais de primeira viagem: nunca façam uma mudança tão drástica desse jeito em uma idade que seu filho já consegue entender as coisas.

Me senti traída naquele dia que ele simplesmente entrou na casa e tirou o que eu considerava o maior símbolo de quem ele era, sem me preparar para isso. O trauma foi tão grande que por muitos anos (eu disse ANOS) o assunto bigode era tabu na minha casa. Eu não queria saber quais motivos o levaram a cometer tamanha agressão com a sua imagem. Aliás, nutri um gosto por homens sem nenhum pelo facial, contrariando a maior parte das minhas amigas que acham barba a característica mais sexy em um homem. Eu justifico minha escolha dizendo que barba incomoda, espeta e arranha, mas para ser muito sincera, acho que eu tenho mesmo é medo de me acostumar com aquele homem e, de repente, ele virar outra pessoa completamente diferente ao se barbear.

Exatos 28 anos se passaram e ele nunca mais voltou a ter bigode. Hoje eu acho graça de pensar que em algum momento da minha vida eu considerava aquele adorno com um símbolo de quem ele era. Recentemente, quando fiquei sabendo do lançamento da linha Homem com produtos para cabelo e barba, até tentei convencê-lo a voltar para o visual dos anos 90, mas ele preferiu experimentar os produtos (inclusive, sem nenhuma surpresa, o Pós-Barba é o preferido dele hehe) e sabe o que ele me respondeu? “Você acha que eu vou fazer você passar por aquele desespero todo novamente? Nunca!” Realmente, meu pai é meu herói. <3

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Feliz Dia dos Pais, pai!

 

Carla Paredes

Carioca morando em Nova York, mãe do Arthur e blogueira do Futilidades. Fala principalmente de moda, beleza e autoestima, sempr...

O que significa Amar Sua Natureza?

1.ago.2018

Sabe quando você vê uma ideia que acredita crescendo e virando um movimento forte? É essa sensação de estar no caminho certo que temos quando observamos um número cada vez maior de pessoas buscando o autoconhecimento e valorizando a liberdade de ser quem são.

E assim, inspirados nesses movimentos e nas pessoas que caminham com eles, criamos nossa campanha:

AME SUA NATUREZA.

Para estrelar essa campanha, reunimos nossas nove embaixadoras digitais, que são mulheres inteligentes e inspiradoras, cada uma com o seu jeitinho especial de ser.

Amar sua natureza é aceitar quem você é, aprendendo a amar o que há de mais puro na sua essência. Aprendendo a admirar suas qualidades e até mesmo acolhendo aquilo que te faz diferente. Reconhecendo assim, o que há de único em você.

Amar a sua natureza tem a ver com achar novos filtros para o nosso olhar, conseguir enxergar além dos padrões que nos são impostos e buscar aquilo que é verdadeiro em nós.

A natureza é diversa e tem infinitas formas de beleza. Não importa a textura do seu cabelo, a cor dos seus olhos, de sua pele ou quanto você pesa, buscar o que há de mais positivo em você vai muito além da aparência, está relacionado ao seu propósito na vida.

E amar sua natureza não significa não poder se transformar. Está tudo bem se você quiser mudar o que te incomoda. O importante é você se sentir pleno e saber que pode escolher o que quiser, sem tentar agradar ninguém além de si mesmo.

Amar sua natureza é mostrar o que você tem de melhor, é te fortalecer para que você possa se enxergar mais autoconfiante e seguro de si a ponto de críticas externas não te abalarem mais.

Então, não abra mão desse poder de definição, nem o entregue a outros. Mas fique perto de quem estiver disposto a te apoiar, te ver crescer e te acolher. Use esse poder a seu favor para se transformar na pessoa que você realmente quer ser!

Autoaceitação e amor próprio são ferramentas de revolução. Quando você se aceita, até os problemas mudam de dimensão. Em uma nova perspectiva, o que antes parecia ser um desafio impossível se transforma em uma tarefa mais fácil de executar. Você ganha energia e força para avançar na direção do que realmente quer para si mesma, com menos dúvidas e mais certezas.

AME SUA NATUREZA é mais do que um manifesto de amor próprio, é um desejo profundo de se conhecer e se acolher plenamente, valorizando tudo que há de melhor em você. E não há nada mais belo do que uma mulher verdadeiramente segura de si.

Naturalmente Bonita

Blog com informações preciosas no cuidado com os cabelos, pele, unhas e maquiagem, além de muitas novidades em moda, produtos e lançamentos de beleza!

#PicnicDoPapo em NY e um papo sobre reinventar-se

30.jul.2018

Quem costuma ler o que eu ou a Jô escrevemos aqui no Naturalmente Bonita provavelmente já cruzou com algum post onde falamos do #picnicdopapo que fazemos por aí. Foi uma ideia que tivemos para trazer o ambiente de troca, conversa e apoio mútuo que temos online no #paposobreautoestima para o offline e a coisa foi tomando proporções que nunca imaginamos. Ficou tão grande que no começo desse mês fizemos nossa segunda edição lá em NY.

Engraçado pensar que todas as ferramentas de métricas que temos acesso mostram que nossos números fora do Brasil não são grandes. No instagram, por exemplo, de 130 mil seguidoras, temos pouco mais de 1000 mulheres que moram nos Estados Unidos. Por isso mesmo, fiquei espantada de ver que consegui reunir quase 30 mulheres no último piquenique.

E querem saber um dos principais assuntos que a gente aborda ao reunir tantas brasileiras morando no exterior? Reinvenção. A parte de amizades e família, por exemplo, apesar de ser difícil lidar com a saudade, é mais fácil de resolver. Não precisamos nos reinventar e os amigos que chegam nessa nova vida só vêm para somar. De resto, a gente pode fazer ligação pela internet, chamada de vídeo, vemos fotos postadas no instagram toda hora, nos stories conseguimos acompanhar a rotina de muitos. E, apesar de bater a saudade e dar aquela vontade de pegar o primeiro avião, é mais fácil a gente achar que está perto, mesmo estando longe.

Só que, quando o assunto é reinventar-se profissionalmente, o bicho pega e a coisa muda de figura. A grande maioria – e eu estou nessa contagem – foi morar fora porque o marido recebeu alguma proposta de trabalho. E quase todas largaram tudo que tinham no Brasil para acompanhá-los.

Muitas não têm o visto que as permite trabalhar. Outras não têm como transferir suas licenças. Mas o que acontece é que, por algum tempo, a maioria passa a ser uma extensão do marido. “Oi, tudo bem, eu sou fulana, mulher do sicrano.” E por mais que a gente saiba que somos muito mais que mulheres de alguém, recomeçar do zero é difícil. E recomeçar do zero em um lugar com outra língua e outra cultura é mais difícil ainda.

Mas é nessas horas que a gente se redescobre. Como somos poderosas e resilientes. Vi mulher que resolveu apostar suas fichas em habilidades que estavam adormecidas e descobriu que podia ganhar dinheiro com aquilo que ela é boa e lhe dá prazer. Vi mulher que largou todos os clientes que ela tinha como freelancer no Brasil para se dedicar ao blog, que até então era um hobby, e hoje tem um dos sites mais bacanas com conteúdo para NY. Vi mulher que criou seus próprios negócios do zero e hoje tem escolas e lojas bacanas pela cidade. E também vi mulheres que se divorciaram mas, ao invés de voltar para o Brasil, resolveram continuar tentando a vida lá e se reinventaram completamente. Teve até quem se mudou para lá para trabalhar e, no meio do caminho, se casou, teve filho, se descobriu como mãe e mudou a forma de trabalho para conseguir ter mais tempo livre e flexível para a família.

No final daquela tarde, percebi que todas ali tinham uma história de reinvenção para contar, cada uma com suas particularidades e vitórias, o que me deixou realmente tocada. É engraçado pensar como tantas histórias diferentes podem ter tantos pontos em comum. E é tão bom ver que como conversar com outras pessoas que estão no mesmo barco que você pode nos ajudar a enxergar nosso valor.

 

Carla Paredes

Carioca morando em Nova York, mãe do Arthur e blogueira do Futilidades. Fala principalmente de moda, beleza e autoestima, sempr...

Ela já se acostumou com mudanças

27.jul.2018

Muitas pessoas devem pensar que eu não tenho mais medo de mudanças nos fios. Visto que permaneço no máximo dois meses com determinada cor e logo depois parto para a próxima aventura. Mas desta vez foi diferente.

Como podem ver, estou com os fios trançados. Sim! Opção vista como simples para alguns, mas que eu balancei no início. Como tenho cabelo crespo, estou acostumada com o volume, com ele emoldurando o meu rosto. Já sei o que esperar quando olho no espelho. Agora, trança muda completamente o visual! O rosto fica mais aparente e você não lida mais com volume.

Engraçado que, quando eu alisava os fios, prezava sempre por menos volume. Quanto menos, melhor. Depois da minha transição, de entender como meu cabelo funciona e reage, conhecer diversos produtos, eu passei a amar! Tanto, que a ideia de não ter mais volume me soava completamente esquisita. COMO ASSIM MEU VOLUME VAI EMBORA? Nesse momento, QUASE foi embora a minha coragem para essa mudança. As cores? Fichinha perto de tranças que demorariam sete horas! E se eu não gostar do resultado final? E se eu me achar horríveeeeel?

Okay, respirei fundo e fui. Primeiro, tirar o violeta e depois pintar de cinza, tudo com Bio Extratus Color. Depois de dois dias, lavar, secar e trançar sem nenhum produto nos fios. Durante todo o processo eu não olhei no espelho. Queria deixar a surpresa para o final, sou assim quando pinto os fios. Tranças feitas… cadê o espelho?

COMO CABELO MEXE COM A AUTOESTIMA DA MULHER! Me olhei e achei estranho, me senti com cara de criança e na dúvida se estava bom ou ruim. Logo eu? Logo eu que não tenho medo de fazer nada nos fios? Pelo menos até aquele dia…

Colocando a mão, olhando mais atentamente, prestando atenção nos detalhes, testando penteados. Foi assim que eu vi na imagem refletida uma nova Maraisa. Sim, sei que é “só cabelo”, entretanto, mexeu demais comigo.

Primeiro porque eu só mudava a cor, já estava na minha zona de conforto; segundo porque fiz algo que nunca tentei antes; e terceiro porque me senti LINDA DEMAIS depois que cheguei em casa! Que maravilha é mudar o visual e perceber características que antes você nem sabia que estavam ali. Mudar e descobrir outras facetas da mesma mulher. Mudar e saber que você pode ser o que quiser e quando quiser.

Ou seja: toda mudança a princípio nos assusta. Mas ela pode ser o que precisávamos para encarar a vida de outra forma.

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Ah! Aqui foi o cabelo, mas na vida existem mudanças necessárias diariamente. Resta saber como escolhemos encará-las.

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Beijos
Mah

Maraisa Fidelis

Paulistana de 28 anos completamente apaixonada pela família. Formada em marketing mas escolheu trabalhar com beleza, que é o que lhe encanta. Fala feito louca, ri descontroladamente e quer apenas aj...

A vida entre Copas

27.jun.2018

Quando lembro de Copas passadas, geralmente vou para alguns anos atrás. 94, quando Brasil ganhou depois do pênalti perdido pela Itália. 98, quando Brasil perdeu para a França em uma derrota até hoje inexplicável. 2002, quando viramos pentacampeões. Mas hoje vim falar da Copa de 2014. E não, não vou falar da derrota mais inexplicável de todas com aquele 7 a 1. Vou falar de como o tempo passa. E juro que vou tentar não soar tão piegas assim.

Em 2014, eu tive uma das Copas mais memoráveis da minha história. Eu curti muito. Me diverti demais. Ainda morava em SP e na maior parte dos jogos do Brasil conseguimos juntar uma turma grande para assistir. Até quando não deu para reunir todo mundo, tive momentos que nunca vão sair da memória. Teve promessa para santo, teve quedas na piscina, rave pós-jogo, mergulho na cama a cada gol que o Brasil fazia… Nossa, se eu for parar pra enumerar tudo que vivi na Copa de 2014, eu ainda estaria escrevendo esse post até agora. Mas só sei que quando o 7 a 1 acabou, mesmo transtornados com o resultado, a turma toda combinou de repetir o feito em 2018.

Pois bem, estamos em 2018 e não repetimos o feito. Tanta coisa aconteceu que o combinado dos amigos não aconteceu. De lá para cá, eu entrei para o time dos 30 anos, tive um filho, me mudei de país e minha vida mudou completamente nesses anos que se passaram entre uma Copa e outra. E aí, pela primeira vez no meu histórico de Copas do Mundo, a minha ficha caiu de como em 4 anos tanta coisa pode mudar.

Parece clichê, eu sei. E é, na verdade. Mas não poderia deixar de ficar assustada e encantada com essa passagem do tempo. Assustada porque passou muito rápido. Estalei os dedos e a Copa de 2018 chegou. Lembro com perfeição de cada momento que tivemos, lembro com detalhes do meu apartamento, das roupas que escolhia para assistir os jogos, da minha vida lá em SP. As vezes parece que na verdade eu só estou aqui de férias, que vai dar tempo de eu chegar para as quartas de final e reunir a galera para fazer a mesma festa que fizemos há 4 anos. Ou para fazermos uma festa ainda melhor, porque de lá para cá muita coisa mudou, e não foi só comigo. Mais gente teve filho, teve quem se separou, gente que mudou de casa, enfim… A vida seguiu para todo mundo, mas o que não mudou é que continuamos nos falando diariamente. E agora, compartilhando memes da Copa e relembrando vídeos antigos, trazemos de volta um pouco da memória dos encontros de 2014.

E o que ficou de aprendizado para esse ano? Que eu vou curtir muito e vou tentar fazer o máximo para aproveitar a Copa com os amigos que fiz aqui (vou fazer o máximo porque a verdade é que os americanos se importam tão pouco com esse evento que é como se ele nem tivesse acontecendo), mas, acima de tudo, vou valorizar cada momento justamente por saber que em 2022 terei outros momentos para viver.

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Aliás, é isso que deveríamos fazer na vida, não é mesmo?

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Carla Paredes

Carioca morando em Nova York, mãe do Arthur e blogueira do Futilidades. Fala principalmente de moda, beleza e autoestima, sempr...

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