Naturalmente Bonita

Viagem poética

Uma viagem por um mundo de muita fé e poucos recursos. Me vi nessa situação junto com meu marido em abril de 2016, únicos brasileiros, junto a mais 7 pessoas que eram do Canadá, Alemanha, Inglaterra e Suíça, em uma missão na Ásia. Fomos parar na Índia e Nepal.

Nosso time de voluntários

 

O que nos levou para lá? A vontade de servir. A vontade de se doar. A vontade de descobrir um mundo com novas possibilidades. Foi um mês na Índia e um mês no Nepal. Mas antes disso, passamos três meses em Sarasota, na Flórida, estudando Artes. Eu escolhi “Hand Made” (trabalhos manuais) e o Johnny meu marido estudou fotografia. Na Ásia, realizamos serviços voluntários em comunidades carentes. Fazíamos tudo o que era necessário. Distribuímos comidas nas vilas, doamos remédios para leprosos, ajudamos nas construções, enfim, estávamos lá para servir as pessoas e compartilhar amor. Quando havia oportunidades, também era possível aplicar a arte que estudamos nos EUA, para poder capacitar as pessoas de lá e assim elas terem novas oportunidades para entrarem no mercado de trabalho.

Índia Outreach 2016

 

Visita às comunidades da Índia

 

Visita às comunidades do Nepal

 

Foi uma experiência diferente de tudo o que já vivi até hoje. Confesso que eu tive muitas crises durante essa viagem. É um contraste muito grande em comparação à nossa cultura, ao nosso comportamento. A desigualdade social é muito mais visível lá. Impossível não ficar “surtada”. Por três dias tive crises de choro, por não conseguir processar todas as informações que chegavam até nós. Cheguei pedir a Deus ignorância, porque não estava sabendo lidar com tudo aquilo. Para você entender uma das minhas crises, foi quando conheci uma ONG no Nepal que trabalha resgatando crianças e adolescentes do tráfico humano. Criança com quatro anos levada para o tráfico sexual. Dá para acreditar nisso? É desumano.

Nepaleses

 

Nepal

 

Montanhas no Nepal onde moramos por uma  semana

 

Quando a gente lê essas notícias daqui do Brasil é triste. Mas quando você vive essa realidade de perto é desesperador. E foi ainda mais desesperador quando pensei que não poderia fazer nada por aquelas vidas, afinal, sou jornalista com especialização em moda e estudei artes nos EUA, o que poderia fazer para ajudar? Pensei: sou uma idiota! Passado os três dias de “surto”, comecei processar melhor as informações e veio uma ideia: por que não ministrar um workshop de moda para as meninas da ONG que ficavam no setor de treinamento e costura? Estava ali a oportunidade de ressignificar a moda, compartilhar o que aprendi durante esses 15 anos que estou no mercado e entender que a moda pode ser ferramenta de transformação. Tive a oportunidade de passar um tempo com essas meninas na ONG, compartilhando um pouquinho do que aprendi através da moda. Criamos uma nova coleção e um novo business para gerar mais renda para a ONG e assim ser possível resgatar mais vítimas do tráfico humano no Nepal. Se você quiser conhecer mais sobre a ONG, aqui vai o link: www.meninasdonepal.com

Workshop de moda na ONG Meninas do Olhos de Deus – sobreviventes de tráfico humano

 

Kathmandu, capital do Nepal

 

Japa com a mão na massa, ajudando em construções no Nepal

 

E durante os dois meses vividos na Ásia fui amadurecendo pouco a pouco. Lembro de um momento que eu estava observando o céu em uma das montanhas do Nepal e me veio a lembrança um vídeo que assisti que falava o seguinte: “Pessoas não escolhem sonhos. Sonhos escolhem pessoas.” No primeiro momento pensei: isso não faz sentido. Eu sempre escolhi os meus sonhos. Mas continuei a refletir e é uma verdade. Eu nunca sonhei ver aquele céu tão estrelado. Eu nunca sonhei estar nas montanhas do Nepal. Eu nunca sonhei dedicar a minha vida a outras vidas. Digamos que eu “sonhava” outro tipo de “coisa”. E de repente a vida deu uma volta tão louca e muita coisa mudou. E o sonho me escolheu. Escolheu eu estar lá naquele momento vivendo o sonho de Deus. E o vídeo continuava a mensagem, existem muitas pessoas “meio que”. “Meio que” quer mudar de carreira. “Meio que” que quer estudar. “Meio que” sonha. Se você “meio que” quer algo, você “meio que alcançará” os seus resultados. Eu já passei por vários momentos da minha vida “meio que”. Você não pode “meio que querer”. Você tem que querer com todo o seu coração. Você tem coragem para agarrar o sonho que te escolheu? Posso dizer com todo o meu coração que sim, estou muito feliz ter agarrado o sonho que me escolheu. Tive medo? Sim. Tive dificuldades? Sim. Tive momentos que quis desistir? Sim. Mas quando você tem Deus caminhando ao seu lado, essas barreiras só te fortalecem.

Erika e Johny nas montanhas do Nepal

 

 

Esse é um resumo da “loucura” que foi o nosso 2016. Há três anos, eu e meu marido decidimos que todos os anos iríamos morar uma temporada fora do Brasil. Claro, tivemos que fazer muitas escolhas e “abrir mão” de muitos confortos. Mas confesso que foi uma das melhores escolhas que fizemos para a nossa vida. Não sei quanto tempo esse “gás” irá durar. Mas para o ano que vem já temos muitos sonhos e novas aventuras. Se você deseja perguntar sobre nossas viagens ou compartilhar a sua experiência conosco, estamos superabertos. Será um prazer!

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Beijos da Japa Erika Okazaki :*

Érika Okazaki

Érika Okazaki é Jornalista especializada em Design de Moda, Consultora de Imagem formada pelo IRCNY – Image Resource Center of New York. Abriu a própria fábrica de confecções aos 17 anos e ado...

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